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Consumo

Tenho pesquisado muito sobre o comportamento consumidor. O que percebo que existe duas vertentes de pensamento. Um víes do marketing de consumo, onde se estuda para criar estratégias cada vez mais inteligentes no intuito de atrair o consumo; e outra linha de pensamento que investiga a subjetividade envolvida no comportamento consumidor, ou seja,  estudos relativos a compulsões que leva o consumidor não ter controle sobre seu consumo, trazendo assim um sofrimento psiquico ao individuo consumista.

Parto do principio que as duas vertentes caminham juntas. Talvez o primeiro ponto que há para entender sobre a psicologia do consumidor, seria compreender a  relação desejo e falta, ou seja, busca constante pela a realização.

O consumismo em outras palavras, no viés da psicanálise sobre o que Freud nos indicava já em 1920, diante da referência do que existe no Além do princípio do prazer, o desejo nunca irá ser satisfeito em sua totalidade, sempre terá um libido que impulsionará a busca por mais satisfação. É nesse entendimento que o Marketing entra em ação, pois existe um desejo, que nunca será realizado completamente.

A psicanálise nomeia " a  posição do objeto de amor", entretanto atravessado pela falta do desejo do outro,  levando o sujeito ao sofrimento psíquico, que hoje chega à clínica, que denota o fracasso de um ideal de realização passando diretamente pelo viés da estética. 

Na medida em que o objeto é transformado literalmente na
posição de consumo aparecem com ele várias formas de concretização desse consumo. Ele pode vir sob a forma do belo amparado pela idealização do social e que pode ser retomado sob várias justificativas perfeitamente plausíveis à dimensão do objeto fabricado como promessa de felicidade.

Devemos estar atento as invenções dos estrategistas do marketing que nos leva agir de forma incontrolável, o desafio impõe a nós psicólogos uma ampliação da escuta em nome das demandas que se multiplicam para não confundi-la simplesmente com a referência de que toda ela é de amor e que por isso nada podemos fazer diante da força de um discurso que se engendra no espaço do consumo, mas que suas origens apontam ao
capitalismo.