Coaching uma abordagem terapêutica ou uma terapia????

Últimos dias tenho me inquietado sobre a nova atuação dos profissionais de RH. Tenho percebido que cada vez mais eles estão atravessados a dar respostas imediatas e deterministas; pensando em atender a demanda do mundo corporativo e capitalista.

Então surgi uma nova convocação mais efetiva do "Gestor de Pessoas", que, no entanto ainda é o maior facilitador no processo de desenvolvimento humano nas organizações. 

Nesse sentido muitos estão à procura dos profissionais coaching, no intuito de ter um conselheiro ou facilitador para encontrar soluções de seus problemas com mais clareza. Transferindo assim para esse 'profissional', um suposto saber que irá diagnosticar e avaliar situações e problemas, acreditando definir melhor suas ações possíveis, ou seja, terceirizando para um Grande Outro uma responsabilidade de atuação de suas angústias. 

É bem nesse ponto que existe uma grande contradição, pois a maior intervenção desse método é trazer auto-responsabilidade para seu cliente, fazendo repensar suas escolhas e os resultados delas.

Pesquisando sobre esse assunto encontrei uma psicanalítica se posicionando em relação a esse novo método de intervenção no mundo do trabalho.

A mesma comenta: " coaching é uma nova modalidade de subjetivação. Talvez, por isso, as pessoas confundem tanto o coaching como uma abordagem terapêutica, porém não é assim que este processo funciona. Diferente da psicanálise, que permite uma ampliação de visão em todas as áreas da vida e outros posicionamentos, o coaching trabalha de forma pontual e direcionada, portanto não pode ser considerado uma forma de terapia".(http://elizandrasouzapsicanalista.blogspot.com/2010/11/visao-psicanalitica-diante-da-abordagem.html).

Então, Coaching é uma abordagem terapêutica ou uma terapia????

É importante ressaltar que coaching não é terapia, apesar de muitos profissionais acreditarem e prometerem cura em muitas psicopatologias, ludibriando assim muitos.  

A abordagem coaching tem um objetivo bem específico, por isso que é mais pragmática e diretiva, principalmente por está ligada muito a atender questões profissionais de um mercado que está sempre a procura de resultados mais rápidos e efêmeros, no entanto limitando muito sua intervenção.

Percebemos nesse sentido um aumento significante na demanda de muitos profissionais atuantes nesse método, na busca de interagir e dialogar com outras abordagens, tanto da psicologia como da psicanálise.  
Entretanto sempre existirá emergências pessoais que devem ser apontadas e deixadas para uma intervenção psicoterápica ou analítica, contrariando aquele que pensa que "o inconsciente é uma carteira de agente 007, que irresponsabiliza o sujeito".